Pude conhecer a família do Ñanderu Joel e Ñandesy Tereza. Conversamos um bom tempo. Depois de uma roda de apresentação, eles falaram sobre a terra, as rezas, os cantos e o poder dos sonhos. D. Tereza contou que foi num sonho que ela recebeu a mensagem e entendeu que deveria começar a rezar e cantar para curar, e que já descobriu como fazer remédios enquanto sonhava. Tereza contou sobre alguns animais, outros seres que vivem no nosso corpo.
Ita'y está há quase 2 anos sem luz. Eles têm um grupo de música e dança chamado Okaraguyjetaperendy. O grupo não estavam completo, mas os que estavam naquele momento cantaram para gente. Algumas músicas tínhamos aprendido na aula de guarani e também cantamos para eles.
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Em Guyra Kambi'y pude conhecer a D. Merina (Adelina), uma profunda conhecedora da cultura Kaiowa, seus cantos, cosmologia, história. Dona Merina é filha do grande Pa'i Chiquito. Tal como descreveu Graciela Chamorro:
"Pa’i Chiquito ou Chiquito Pa’i foi um grande líder kaiowá do século XX, na região denominada Ka’aguyrusu ‘Mato Grosso’, pelos Kaiowá. Ele é considerado pelos habitantes da Terra Indígena Panambizinho, situada a leste da cidade de Dourados MS, como seu fundador e último hechakáry ‘xamã que vê a palavra’, que orientou a comunidade a permanecer nas suas terras tradicionais, quando o indigenismo oficial lhe obrigara a abandoná-las e a integrar-se na Reserva Indígena de Dourados. Sua atuação foi decisiva para a permanência de muitas famílias kaiowá fora das reservas, na área da Colônia Agrícola Nacional – CAND, onde Getúlio Vargas fizera uma reforma agrária, nos primeiros anos da década de 1940." (ver: https://osbrasisesuasmemorias.com.br/biografia-pai-chiquito/ )
Aguyjevete!
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